sábado, agosto 20, 2005


Ao deitar, no cabelo das mulheres adormecidas uma asa criança cresce-me parela ao mar; e se numa tarde tão lenta, ninguém senão tu vagueia ausente nos meus cabelos salgados de saudade, ao mesmo tempo, há em mim esta pequena criança que espreita por ti porque ao mesmo tempo te procura no tempo sangrento da minha alma. Batendo de repente os ombros, debruçado nos lençóis, os meus olhos estendem-se na água e são como farrapos brancos e antigos misturados com todos os búzios que se escondem no teu céu.