terça-feira, novembro 01, 2005


Leve acontece a luz quando o tempo se curva nas varandas rodando lento e livre pela chuva dos meus dias. Se estou sentado no tempo e em casa, procuro pronunciar a meticulosa chuva dentro da minha cabeça imersa e imóvel em ti. Ou procuro uma voz que sorrindo pudesse dizer sobre como a infância se queima na candura clara das casas que se voltam lado a lado por entre as sombras se alguém inclina o teu nome nas paisagens. Ou numa voz. ou num clarão, dizia. Eu dizia que leve acontece a luz quando o tempo. Quando o tempo se pronuncia nas varandas pelos meus lábios e quando urbano o tempo se curva pelos ventrículos deste coração resplandecente de chuva.