quinta-feira, março 30, 2006


menos tu. e por dentro da noite eu espero por nada e passo outra vez pelas pedras lisas das ruas. e pelo som. e digo: outro sexo, um grito. e por dentro da noite, por meio das mãos as pessoas muito embrulhadas pela mão do escuro no trabalho vagabundo das bifanas. mas tudo isto é agora menos tu, digo. nem folhas. nem árvores a varrer o chão com o vento. e mais sagaz que o tempo declina-se a noite a começar, vertiginosa e pura. de novo. eu páro o carro. e escuto. sei hoje que sou apenas esta solidão sem saída, esta solidão inteiramente deitada na violência da tua morte. esse teu abismo. Como pudeste morrer? o abismo. parei o carro. julgo que deixei a porta aberta. não estás aqui. digo. não estás aqui.