quarta-feira, março 22, 2006



No silêncio do meu sótão há uma dor que não termina nunca. uma dor que não consegue abrir os olhos quando o escuro canta numa pureza taciturna a minha vida. o silêncio escorrega feroz. e as plantas. uma aqui. outra ali. crescem como uma roseira em chamas debaixo desta água tão remota como tempo em que eu sentia a minha vida. o meu sótão, o meu sótão. eu nunca esquecerei esta luz que canta, canta e sobe como uma canção ilesa que sobe e rebenta aplicada à subtileza extrema desta grande noite. desta noite que não termina nunca. que não termina nunca. que não termina nunca.