quinta-feira, abril 06, 2006



Doía-lhe o corpo por dentro. Sentava-se aqui e lentamente descobria que tinha tão pouco para dizer. tão pouco para viver. Doía-lhe o corpo por dentro numa ternura sem tempo. eram as pernas que lhe tremiam. era o coração que se lhe apertava como uma máquina sem vida. À noite toda a sua casa gemia de dores. Transpirava. E era ainda aquela dor. aquela dor que vinha dos livros abertos e abandonados junto à almofada vazia perante a noite tão só.