terça-feira, setembro 19, 2006


Variados eram os mundos por onde então aquele homem de olhos fechados viajava. Há tantos mundos como pessoas para os pensar. Havia pessoas encarceradas em si e pessoas acorrentadas ao mundo. Umas por amor outras por ódio ou esquecimento. Por carência inclinavam-se para um certo exterior de si mesmas. As tardes passavam. E a maior parte do tempo aquela criança com o bosque nos olhos deixava-se comover só por saber que afinal havia tantos mundos e tantos modos de viver. Tantas escolhas, pensou. E naquela tarde, passados muitos vales e justamente dentro da mais alta serra de Portugal, parou por detrás da casa de um rei que cansado de tantas conquistas começava, então, a sentir por dentro o peso dos anos.