sexta-feira, novembro 17, 2006



Quente como um coração redondo e doente. eu tremo com as minhas tardes de olhos divididos no tempo. e enquanto tenho em mim o deserto nenhuma faúlha de vida rompe em labaredas para o futuro. pelo contrário. escrevo a sangue. de rosto virado para o escuro. fechado. sem querer ouvir senão o som de mim mesmo queimado pela chuva. sem que nenhuma parte do sofrimento sobre para escrever enquanto aqui tremo no frio. no frio de te ver. no interior de mim mesmo. na lava. como um gémeo. ensombrado. naquele caminho para a escola. de casaco curto nas mangas. na distância dos ombros descolados na fadiga, deixados ao ar no grande porte do frio. ou ao redor de um quarto aberto pela dor nas tardes. naquelas tardes quentes. doentes. redondas. como as palavras perfumadas. as palavras que hoje tremem no vazio aberto. do amor.